10/28/2014

Perdendo os dentes


Ai de repente você vê exatamente aquilo que de tão última coisa que você queria ver, você nunca nem imaginou ver aquilo, mas viu. Fica transtornado, grita pra todos os lados na esperança daquilo sair de dentro de você, vai encher a cara pra poder confundir os pensamentos, mas perder a razão não serve de nada.

Você sabe que tentou ser você mesmo, estava sendo tão sincero que parecia uma radiografia, tentar mostrar seus valores para mostrar que era alguém, porém no fim das contas só queriam que você fosse só mais um, um ninguém.

A todo momento falou o que sentia, não guardou nada e talvez por isso você não aparentasse ser quem realmente as pessoas pensam que você é, você fez uma imagem diferente da verdadeira e confundiu todo mundo, inclusive você, só mostrando para o mundo todo que você não sabe quem realmente você é.

Depois é só lamentação, o discurso do derrotado – “fiz o que podia, né?” – sei lá! São tantas as possibilidades que você nunca vai saber ao certo se fez tudo o que poderia e vai carregar essa duvida dentro de si até que surja uma outra.


Por fim você faz a retrospectiva de tudo o que viveu, dos dias de glória que você vibrou sozinho por a sua conquista que era só sua, aquela alegria espontânea que ninguém viu e o tempo fará o favor de apagar, e também da sua derrota, aquela que todos viram, que ficará marcado em seu rosto até que alguém resolva olhar para o outro lado.

Ps.: escrevi esse texto há mais de um ano, em nada tem a ver com meu momento atual. Nada. Só estou postando ele porque eu gosto dele, refletia bem meu estado de espírito naquela época. Os textos que irei postar na sequência foram todos escritos há mais de um ano, espero escrever coisas novas em breve.