9/30/2011

Dani California


E se a vida começasse agora? No último sábado tive a experiência mais surreal da minha vida, o Rock in Rio, desde então tento explicar aos que me perguntam como foi lá e simplesmente não consigo, só respondo “surreal”. Mas vou tentar.

Ao chegar na região da Cidade do Rock você já sente uma atmosfera diferente, um clima mais leve no ar, todas aquelas pessoas de todos os lugares na fila com um único destino. Ao entrar você é tomado pela euforia, o “consegui chegar aqui”, você percebe que não tem mais volta. Uma alegria uníssona. Eis os shows.

O bairrismo. Essa é a palavra que descreve o show de Nação Zumbi e Tulipa Ruiz no Palco Sunset. Eu e meus amigos conseguimos ficar bem na frente do palco, chegando lá é que nos demos conta que a nossa volta só havia gente de Pernambuco. Bandeiras do estado, dos times daqui, o sotaque era o mesmo de shows em Recife. Entre um “Pelo Sport nada?” e um “Ah, é Pernambuco” era possível ver a cara de espanto de quem era de fora, sem entender o que estava acontecendo ali. Gritamos a plenos pulmões nosso orgulho de ser pernambucano.

A humildade. Assim podemos descrever o show de Milton Nascimento e Esperanza Spalding, isso por que após reencontrar um grande amigo que hoje mora em Minas que eu não o via há muitos anos, nós fomos curtir o show e para nossa surpresa quem estava ao nosso lado era Bola 8 e Toca Ogan, da Nação Zumbi que minutos antes estavam no palco para o mundo todo. Ficaram o show todo conosco falando da apresentação deles, de futebol, de tudo. Uma humildade e simpatia exemplar. Isso, assisti ao show ao lado das estrelas do show.

O talento. Esse é Mike Patton que se apresentou com a Orquestra de Heliopólis cantando músicas italianas. O cara é um mito, um carisma único, um verdadeiro astro no palco. Deu um show, algo único, para simplesmente olhar, aplaudir e reverenciar. Sim, existem pessoas acima das pessoas normais no mundo, Patton é um deles.

A dor. Capital Inicial fez um show muito emocionante, em dado momento homenageando o filho de Cissa Guimarães que naquele dia estaria completando 20 anos. Fui tocado por essa comoção e pude sentir a dor de todas as perdas que tive esse ano, como em alguns meses atrás eu vivia os piores momentos da minha vida e ali, naquela hora, e vivia o meu melhor. Chorei muito.

O amor. Nunca em toda minha vida me senti tão apaixonado como durante o show de Snow Patrol. Gary Lightbody com suas músicas consegue levar o amor ao coração de todos a sua volta, foi um sentimento que mulher ou time nenhum me fez senti antes. Claro, no final, ao som de Open Your’s Eyes tive a oportunidade de dar o beijo mais apaixonado que já dei em minha vida em alguém que ficou ao meu lado nas 4h seguintes e eu ao menos sabia seu nome. Foi lindo, foi perfeito. O título do post é justamente em homenagem a ela que se chamava Dani (só soube depois). Mas como em um filme, esquecemos (ou não tivemos tempo) de trocar contatos e provavelmente nunca mais nos veremos novamente, talvez assim seja melhor, vira lenda. Só assim esse momento perfeito nunca sairá do meu coração.

A viagem. Nunca fiquei tão louco como no show de Red Hot Chilli Peppers. O som do baixo de Flea tem um poder hipnótico sobre aqueles que o ouvem, sem perceber, você está pulando tanto quanto ele sem saber o que está fazendo. A vontade é cantar junto, erguer os braços, tentar voar. Euforia, psicodelia, alegria, uma viagem sem fim.

Amigos verdadeiros, pessoas de bem, uma vibe positiva, o melhor da música, sai de lá com uma certeza, eu mudei, sou uma outra pessoa com uma nova mente. Respondendo a pergunta do começo, se a vida começasse agora, não sei o mundo, mas eu seria uma pessoa melhor.

(Apesar do tamanho do post, não consegui transcrever 10% do que foi isso pra mim. Se eu puder dar um só conselho a todos vocês ele seria: façam de tudo para ir no próximo Rock in Rio, tudo.)

9/18/2011

The Zephyr Song


Sempre que alguém vem desabafar comigo, dizer que perdeu a confiança em alguém porque essa pessoa vacilou com ela, eu procuro relembra-la que somos todos humanos e humano é o bicho que mais comete erros no mundo. Todos estamos sujeitos a errar, digo que do mesmo jeito que a outra pessoa errou, você pode ter errado ou irá errar também, que se deve perder a confiança em alguém por conta de um erro, ou dois. Merecemos segundas e terceiras chances na vida, por mais que não mereçamos.

Porém há pessoas que realmente não mereçam a sua confiança. Não que elas tenham agido com maldade contra você, talvez, simplesmente porque elas não se importam com você. É melhor ser odiado do que ser tratado com indiferença, vão por mim. Ódio, raiva, tudo isso passa, mas a indiferença fica e você some por causa dela.

Eu costumo dizer a essas pessoas que confio em qualquer um até o momento que essa pessoa faça por onde não merecer mais a minha confiança. Suporto vingança, atitudes impulsivas, mas a confiança some a partir do momento que você some. Como confiar em alguém que não estará ali para te dar a mão quando você cair? Uma coisa é algo ter falhado com você, mas está ali ao se lado, outra é aquela pessoa que simplesmente ignora que você está ali por mais que você grite e diga que se importa com ela.

Continuo dizendo, confiem nas pessoas. Ainda assim vale a pena. Mas não sejam burras, sejam só insistentes.

9/09/2011

She looks to me


Meio que dando sequência ao tema do post passado, essa semana conversando com meu amigo, falávamos a respeito de um amigo nosso que, apesar de ser um cara legal, só se envolve com as piores mulheres – aquelas que só estão interessadas no que ele tem. E o pior é ele sabe disso, e mesmo assim continua a atrair esses tipos usando sua carteira como isca. Eu sei isso é um problema mais profundo ligado a autoestima dele, mas bem que ele poderia fazer o mínimo de esforço para evitar esse tipo de ação?

Já o oposto a esse nosso amigo é outro, ele é do tipo que só se faz de coitadinho, daqueles “tudo de ruim só acontece comigo”. Esse ganha a menina por pena que ela começa a sentir dele. Acho que ele daria certo com uma enfermeira, but anyway, vamos deixar esse de lado porque ele já sofreu muito na vida (segundo ele diz para todas).

Eu sinceramente não sei qual é o pior tipo, o que se baseia na aparência e posses para se sentir amado ou aquela que entra no jogo dele e joga conforme as regras dela, a famosa “interesseira”.

Nunca fui um cara pobre sempre tive coisas boas, roupas, etc, mas nunca tive o que eu não precisava, coisas só para mostrar aos outros que tinha. Sempre procuro passar a imagem do meu lado mais simples para aqueles que me conhecem, não oferecendo nada além do que eu sou, justamente para evitar que se aproximem de mim por qualquer tipo de interesse. Sei que durante a minha vida eu me deixei levar por essas pessoas, mas acontece.

Eu sei muito bem que não é fácil mostrar a todos quem você realmente é, as vezes é até bom esconder isso. É melhor deixar o outro na duvida sobre quem você é do que ele ter a certeza. Mas se você tem algo de bom dentro de você, use isso como campanha publicitária. Divulgue essa sua marca, o retorno a curto prazo pode não ser muito bom, mas os clientes que você conquistar serão fieis a sua marca.

9/02/2011

Tell Me Baby


Quem nunca tentou impressionar alguém? Você está lá naquela festa quando do nada surge aquela menina, a mais linda que você já viu em sua vida (pelo menos naquela hora você esquece todas as outras mais lindas que você já viu). No mesmo instante você começa a elaborar planos mirabolantes para conseguir chamar a atenção.

A tal da conquista é bronca. Você num primeiro instante quer passar para a ela imagem de que você é o cavalo do cão do universo, faz uma propaganda de uma Hilux quando não passa de Gol. Se coloca tanto lá em cima que perde a noção da altura que está e a menina começa a se tocar que tem algo errado, que aquilo é fantasia e fim.

Ou você acerta a medida exata, nem um grama a mais, nem a menos, ou já era toda a composição e nada funcionará. Ou melhor, pode até funcionar num primeiro instante, mas quando ela perceber que tá faltando algum ingrediente ou que você exagerou demais em outro, com certeza irá desistir disso.

Quase sempre quando eu estou encantado por alguém eu perco a noção de espaço, fico querendo dar o mundo, a lua, o sol, a porra toda só para não perder aquela pessoa. É justamente o caso de exagerar na dose. Eu sei que isso é insegurança (pelo menos tenho noção disso e estou trabalhando a respeito). Faço isso para que a imagem que ela idealiza de mim, aquela que ela comprou, seja correspondida. Mas sabem que isso nunca dá certo, né?

Tão ruim quanto é quando você toma coragem, vira aquela lapada de cana e vai lá falar com aquela menina do primeiro paragrafo certo que ela vai te esnobar e quando você diz “oi” ela responde com “oi” e sorri. Toda aquela sua autoconfiança vai se dissipando no ar a cada palavra que vocês trocam, depois que ela escreve o nome do perfil dela no Facebook no seu celular, o qual você já tinha deixado pronto para ela anotar isso antes de ir lá falar com ela, pois você sabia que ela te diria, depois de tudo isso que não dura nem 5 minutos, pronto, já era. Você elaborou todo o plano jurando que ele daria errado e não é que não deu? Já era sua reação, começa a sua sequência de falação de besteira, as palavras vão sumindo paralelamente com o assunto e a simpatia que a menina tinha tudo por você em um primeiro instante vai se esvaindo. Missão cumprida, né?

Era mais fácil ter elaborado um plano para mostrar a ela quem você realmente é, pois se ela não gostasse, fazer o que? É porque não era pra dar certo. Mas quem disse que as pernas obedecem a cabeça sempre? É rir da situação, escrever um post e seguir a vida, como sempre!

(Mês Red Hot Chili Peppers já que vou para o show deles no Rock in Rio)