8/19/2012

Down em mim



"All work and no play makes Jack a dull boy,
All play and no work makes Jack a mere toy."

8/12/2012

Declare guerra



Nos últimos dias vivemos intensamente o clima dos jogos olímpicos e agora o clima será de eleições municipais. A relação que há entre essas duas situações é a importância dos esportes na formação de uma sociedade mais justa.

Não creio que haja algo mais próximo dá tão almejada (e tão utópica) paz que todos nós desejamos tanto do que os Jogos Olímpicos. Durante todo o evento todos os povos do mundo (sim, todos já que no COI há mais federações do que na própria ONU) convivem em harmonia, apesar de todo o clima de competitividade. A cerimonia de encerramento das Olimpíadas é uma das manifestações produzidas pelo homem mais bonita que eu já vi. 

Só o esporte pode propiciar tal cena. Isso porque o esporte não só forma atletas, forma também pessoas de bem com caráter e dignidade, características que faltam e muito a nossa volta. E sempre faltou, e sempre faltará. 

Isso só ocorre porque os esportes estão ligados diretamente à educação, as grandes potencias do esporte tem como principal característica a íntima relação entre os esportes e a educação. Atletas de alto nível são forjados desde crianças nas escolas e não nas ruas dando bola para eles ficarem brincando na rua.

Porém duvido muito que um dia o esporte tenha seu devido valor no Brasil, simplesmente porque isso não gera votos para aqueles que deveriam investir nisso tudo. E principalmente porque o esporte torna o homem mais digno e o homem quando tem sua dignidade não se vende jamais.

8/05/2012

Meus bons amigos



Eu sempre procurei ser fiel em minhas relações com as pessoas, principalmente com minhas amizades. Busco nunca deixar de estar ao lado delas nos momentos que elas precisarem de mim, independente de qualquer contexto. Para mim, fidelidade não é uma qualidade e sim uma obrigação.

Porém venho me tocando que querer estar ao lado dessas pessoas que eu tanto gosto nos momentos que elas mais necessitam não quer dizer que eu devo permanecer ao lado delas o tempo todo. Convivência desgasta até amizade, mas não a acaba. Digo isso porque tenho pessoas que são muito queridas por mim, contudo conviver com elas passou a ser algo impraticável.

Quando eu digo isso, não quero dizer que deixei de gostar delas ou que a amizade enfraqueceu. É paradoxo, mas não é o caso. Só que a convivência constante nesse caso pode levar sim a essas consequências e isso eu não quero que ocorra.

Também acho muito injusto ter que aguentar certas coisas dessas pessoas, e fazer com que elas me aturem quando sei que há pessoas com quem eu consigo lidar (e elas conseguem lidar comigo) de forma tão natural. Acho muito injusto saber que há pessoas que se encaixam nesse perfil e por uma razão ou outra não posso mais manter essa convivência. Essas pessoas sempre farão falta, as outras também, mas nem tanto.

Esse mês é Barão Vermelho.

7/22/2012

Troublemaker




Em tempos onde o politicamente correto virou regra, está cada vez mais difícil se expressar. Antes de falar qualquer coisa, eu tento pensar e repensar se vale realmente ser dito aquilo que eu quero, não porque eu tenha o objetivo de ofender alguém, mas sim por que não sei como a outra pessoa irá entender o que eu quero dizer.

Minha vida toda fui acostumado a falar “nego safado”, ou “viado safado”, ou “tricolor safado”, mas nunca de forma a ofender a quem eu estivesse me referindo. Ofender de verdade. Até porque sempre me chamaram de “mago safado” ou “galego safado”, mas sempre na boa. Tanto é que ninguém nunca se queixou desse tratamento que eu dou aos meus amigos negros, viados e tricolores. 

“Ah, mas é muito bom falar o que tu fala e só ter que se chamado de ‘mago’ depois”, verdade, muito mais cômodo pra mim. Quando algum sulista vem com preconceito contra nordestino pro meu lado eu fico revoltado. Sim, fico, e daí? Tem muito nordestino que adora ser pisado por sulista. Como eu disse, o que varia é a forma que é dita. Luana mesmo me chama de “paraíba” e eu falo da cabeça dela por ela ser do Ceará. E até onde eu sei, foi sempre tranquilo porque não foi de forma ofensiva e sim em tom de brincadeira.

Porém já vi muita gente se doer, e muito, por coisas bem mais leves. E são com essas pessoas com quem eu procuro ter cuidado. Bronca é saber quem são essas pessoas, por isso mesmo que cada vez mais procuro me censurar, evitar falar o que eu quero, por mais inocente que possa ser em minha cabeça. Acabou que esse blog e meu twitter me restaram como saídas para me expressar porque neles não preciso dirigir a palavra especificamente a alguém. No primeiro eu procuro falar de forma mais ampla possível e no segundo viva as indiretas que elas é que dão graça à vida.

Fui criado em Pesqueira falando da mãe dos meus amigos, da cor e da sexualidade deles, ou seja, filho da puta, nego e viado. E sempre convivi escutando essas coisas sobre mim. Mas sempre na boa, nunca ninguém precisou falar para o outro – “pare”. O limite quem faz é você. E quando eu falar aqui e não citar o seu nome, se achou ruim, pode ir se foder que eu não tô nem ai.

7/16/2012

Island In the Sun




“Ai como ele é imaturo”, esse é o sinal mais claro para você identificar uma pessoa em imatura, no caso, quem fala isso. De uns tempos pra cá venho percebendo aumento de pessoas a minha volta com esse discurso. Pessoas que esquecem quem são.

Não dá pra aguentar aquela pessoa que até ontem não fazia porra nenhuma da vida e hoje porque arrumou um emprego safado se acha o próprio Steve Jobs, alguém capaz de mudar o mundo fazendo aquilo. Não estou desmerecendo o trabalho de ninguém, e sim a postura adotada por essas pessoas.

Até um dia desses eu era arroz de festa, não podia saber de um forró que queria ir. Era todo final de semana na farra, hoje eu já não tenho gás para isso. Porém quando alguém vem me chamar ou falar que vai para determinada festa e eu não vou, não fico chamando a pessoa de barca (tá, eu chamo, mas só de zoeira) por causa disso. Não faço isso porque até ontem era eu essa pessoa, e não foi um dia a mais que me fez ser uma pessoa melhor, só porque agora eu escuto Indie Rock e não mais Garota Safada.

Todo mundo um dia amadurece, seja no ritmo natural, seja de forma mais atrasada, seja na marra, mas amadurece. E quando você percebe que chegou nessa fase, você sabe que não é muito maduro ficar anunciando isso. Pelo contrário.

Você é o que é, o que sempre foi. Não ache que por ter mudado sua rotina e sua atmosfera você é uma pessoa mais importante, você vai continuar sendo a mesma porcaria de sempre. Cabe a você optar por essa porcaria de sempre ao lado da porcaria dos seus amigos de sempre ou lado dos seus amiguinhos do escritório que são muito importantes, especialistas em não saber a porcaria que você é.

7/08/2012

We are all on drugs


Sabe quando é que você fica velho caquético? Quando prefere sair pra comer do que pra beber, prefere sair pra jantar do que ir para a farra. A mesma farra que anos atrás você passaria a semana inteira se coçando só pensando na sua ida a ela. Se você vem agindo assim, você está acabado.

E não tem atitude mais de velho do que ficar analisando os mais jovens, eu não fujo a regra. Ah, antes que perguntem, eu ainda não estou tão velho ao ponto de ficar procurando fila de banco pra entrar nela e ficar reclamando de tudo, quem estiver nesse ponto já está na fase múmia. Pois bem, voltando, tenho muitos amigos bem mais novos que eu e fico reparando no estilo de vida que eles escolheram por acharem que é o melhor, só vejo cagada.

Claro, já tive meus 15 anos, fiz muita merda em minha vida. Não sou o tipo de idiota que bate na caixa dos peito pra dizer que não se arrepende de nada do que já fez e sim do que não fez. Sim, idiota é quem pensa assim. Me arrependo de muita coisa que fiz, e de que não fiz. Vejo que se eu fosse um pouco mais inteligente naquela época, a minha vida estaria muito mais fácil hoje. Mas também não fico me lamentando eternamente por isso, não deu certo, paciência, a vida seguiu. Importante é que hoje eu vejo onde errei e busco compensar essas falhas hoje.

Mas voltando à analise da juventude atual, vejo que ela é a mesma coisa que foi a minha. Só que elevado ao cubo. É menina achando que ser puta é bonito, que ela tá valorizando o passe ela dando pra qualquer cara com quem ela se engrace. Quer dar? Dê. Agora saiba que a sociedade é machista e você vai ser julgada e condenada por agir assim. É menino achando que padrão ideal de vida é sair pra farra todo fim de semana, se acabar na cachaça, ficar rodeado de um monte de menina com perfil citado anteriormente e ser burro. 

A diferença é que a menina pode ser quenga o quanto quiser que se for bonita sempre vai ter um otário pra bancar ela, mas o cara, esse se arromba porque homem burro e sem futuro vai morrer burro, sem futuro e liso.

Merda todo mundo vai fazer em seus 15, 16 anos, mas hoje eu vejo a galera fazendo força pra fazer besteira. E sabe por que são assim, né? Falta de pisa. E quando eu digo “pisa” entenda como falta de um pai e uma mãe pra dar o exemplo e botar moral em muleque safado. Faz até medo pensar que a cada geração isso tende a piorar. Pega fogo cabaré.

Julho é Weezer.

7/01/2012

Falso retrato (U-hu)



Uma ação que todos nós deveríamos tomar pra evitar muita confusão seria refletir um pouco antes de atacar alguém sobre se é realmente aquela pessoa o seu alvo. Não sei se é algo que está se tornando mais comum em minha vida ou se só agora reparei que isso vem acontecendo a minha volta. Refiro-me ao fato de pessoas descontarem suas frustrações e problemas em outras pessoas que não tem nada a ver com isso.

Todo mundo tem suas frustrações com a vida, umas maiores, outras menores. E muitas vezes não sabemos como lidar com elas, o que fazer para se livrar daquele peso em nossas costas, o que só faz aumentar essa frustração. Quando nós encontramos nessa situação é muito fácil descontar tudo isso no primeiro alvo que nós aparece, uma vez que não temos nenhum outro alvo para atacar.

Eis que quando surge esse alvo, você o ataca como se a oportunidade fosse única, na ilusão que derrubando esse "inimigo", todos os seus problemas irão sumir. Logo, tome porrada pra cima. O alvo em questão muitas vezes nem percebe que está sendo atacado até os golpes realmente começarem a machucar, e a reação natural nesse caso é o contra-ataque. Pronto, temos uma briga. Pior ainda é quando o alvo está carregando também nas costas todo o peso do mundo e agressor passa a ser alvo do agredido também.

Você tem um problema? Não há o que fazer, tem que dar um jeito de resolvê-lo. Não sabe como fazer isso? Então aprenda a se controlar e guardar essa angustia só pra você, porque tem alvo que você não vai derrubar e sim ser derrubado por ele. Escolha bem suas brigas pra não arrumar outro problema ainda maior do que o que você já tem.

6/25/2012

Indiferença



Se tem uma coisa que me atrai e ao mesmo tempo me deixa completamente inseguro é mulher muito segura de si e indiferente ao mundo, e principalmente às minhas ações. É aquela faz questão de deixar claro que não precisa de você pra nada e ainda procura passar a sensação de que você está atrapalhando a vida dela.

Meio doente isso da minha parte, eu sei. Mas tem toda uma lógica, eu acho. Quando eu me deparo com alguém assim, vejo como um desafio, me forço a dar um jeito de baixar a guarda dela, mostrar que ela tem uma fraqueza e é tão humana quanto eu.

Não faço isso no sentido ruim, pra diminuir ela. Não mesmo. Não quero tirar a autoconfiança dela, só quero derruba-la do pedestal e trazê-la para a minha altura. Só assim que poderei conviver com ela, só assim poderei olha-la nos olhos. É sempre uma surpresa quando consigo isso, nem sempre boa.

Mas é divertido, não deixa de ser. Quase sempre não consigo trazê-la para o meu nível, e quando isso acontece quebro a cara bonito demais, mas é divertido.