4/24/2009

II. A causa

Contudo o motivo para essa reunião familiar desta vez era especial. Seria a comemoração pelo 85º aniversário da matriarca dos Fontaine. Maximilienne, senhora respeitada tendo conquistado todo esse respeito ao longo de toda a sua vida graças as suas crenças, irredutibilidade de suas tradições, sagacidade e sabedoria adquirida por meio de muitas experiências de vida. Seu papel de figura influente ainda persiste, mas cada vez mais vem sendo sobreposto pela figura de uma senhora frágil que gosta muito de conversar e contar suas histórias. Como sempre ela estava bastante elegante.

Por ser o motivo do encontro, ela era os ouvidos mais disputados, todos queriam passar alguns momentos ao lado dela, mesmo ela não ouvindo muito bem graças a ação do tempo sempre implacável. Ela sempre acessível e simpática a todos, até mesmo com aqueles do qual ela não se agradava muito, no caso esses tais não possuíam o seu sangue, eram todos esposas, namoradas ou qualquer outra definição que se possa dar. Por conviver tanto tempo com ela cedi voluntariamente o meu espaço para os demais, só chegava junto dela para fazer uma ou outra brincadeira com ela já que ela gostava tanto desse meu jeito. Foi por agir espontaneamente que ela passou a me considerar o seu neto preferido. Decerto o fato de eu estar sempre disposto a escutar pacientemente o que ela tinha a me dizer e da mesma forma ser ouvido por ela contribuíram muito para que eu chegasse ao tal status.

Entre uma conversa e outra ela fazia as dedicatórias do seu tão esperado e almejado livro de poesias finalmente publicado. Poesias simples, porém de uma sinceridade ímpar. Simples como ela, se fosse colocado somente o nome “Maximilienne” em cada uma das páginas já estaria suficiente para passar toda a beleza da simplicidade de uma poesia bem feita. Ao mesmo tempo, cada um dos que ali estavam assinavam e deixavam uma mensagem para ela em cartões que ela viria a lê-los posteriormente.

4/17/2009

I. A ambientação

Data e hora marcada, o local era o mesmo de sempre, os convidados também com o acréscimo de alguns membros da família que compareciam com menos freqüência. Não haveria nenhum diferencial dos encontros anteriores, possivelmente até a comida seria a mesma de sempre. Provavelmente o ponto alto daquela tarde ensolarada seria a transmissão do derby local entre Le Mans versus o Nantes.

Chegando lá foram proferidos os tradicionais cumprimentos, vários “como vai?” e “tudo bem?”, eu particularmente prefiro fazer uso somente de um “oi”. Se um dia que acordar com uma crise de sinceridade ao ser perguntado como estou eu prontamente iria contar toda a minha situação atual e a pessoa que me questionou teria o dever de me ouvir. Ora, quem mandou perguntar? Mas tudo bem, acho que estou ficando velho e velho sempre procura algum motivo para reclamar. Após essa etapa o que se segue é a busca por um local onde você se sinta próximo aos seus semelhantes. Os homens mais velhos vão para uma mesa no canto tomar seus uísques, as mulheres vão para o lado oposto conversar tendo como tema principal o excesso de uísque que os homens estão tomando, os mais novos vão para outro lado conversar sobre assuntos de pessoas mais novas. No fim das contas acabam todos conversando sobre os mesmo temas somente com linguajar diferente. E a tendência que o dia se estenda nessa situação.

4/09/2009

Prólogo

A família Fontaine do noroeste da França sempre foi bastante tradicional e unida, mas por sua quantidade de membros e acasos do destino foi inevitável que cada um seguisse o seu rumo e fosse viver nos mais distintos lugares. Porém qualquer data comemorativa era motivo para uma reunião familiar. Apesar da alegria do reencontro acabara sempre ficando um tanto quanto monótonas essas reuniões, a vida de cada um não era agitada ao ponto de gerar novidades tão interessantes que devessem ser compartilhadas. Mas tudo bem, isso nunca foi motivo para falta de motivação em produzir novos encontros.

Mas a família Fontaine é composta por seres humanos e sendo assim cada um deles tem suas virtudes e defeitos que em dados momentos se sobrepõem um ao outro. Alguns embates foram superados, outros em parte e alguns produziram feriadas que nunca cicatrizaram. De certa forma essas chagas servem para mostrar que ninguém é perfeito, por mais que alguns tentem negar ou esconder essa verdade absoluta. Mesmo assim essa família segue em frente superando as dificuldades que surgem.


Irei falar de mais um desses encontros familiares onde as diferenças de cada um ficaram reunidas numa mesma sala e dessa forma foi-se possível ver quem realmente era diferente e quem era igual ao demais.

4/07/2009

Contador de histórias


Cabeça de quem gosta de escrever é fogo. Dias em dias sem conseguir uma palavra sequer e de uma hora para outra surge uma fonte de inspiração que parece interminável. Hoje comecei a escrever uma "historinha" onde qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.

Vou postando aos poucos trechos dela, enquanto vocês vão lendo eu vou tentando escrever mais. Começar é fácil, complicado é terminar. Amanhã eu posto o Prólogo, primeira parte da história.

Agora não reparem, não pensei em um título. Títulos sempre foram meu ponto fraco em textos, se eu pensar em algum legalzinho posto no final da história.

Espero que gostem, não é nada demais. É só uma forma de praticar uma nova maneira de escrever e se inspirar.