6/13/2008

10 coisas que eu odeio em você


2. Grite, mas grite comigo.

Dos males o menor, prefiro ser tratado com repúdio do que com indiferença. E é simples de explicar-se, é mais fácil converter uma situação quando alguém vem e simplesmente fala que não gosta de você, dessa maneira a problema fica exposto e tendo ciência disso fica mais fácil descobrir uma solução para ele. Já com a indiferença não, para a outra pessoa você simplesmente não existe. Como encontrar uma resposta se não se sabe qual é a pergunta? Você pode tentar adivinhar, mas o risco de errar e piorar tudo é grande, a cada erro você se tornará cada vez mais invisível.

Escutar palavras duras ao primeiro momento pode ser mais doloroso, porém sabendo adiministrá-las você pode muito bem transforma-las em motivação para seguir enfrente e enfrentar a situação com mais forças. A raiva é um dos sentimentos mais fortes que há dentro de cada um, ela expõe tudo o que você sente de uma só vez, sabendo o que se passa do outro lado facilita o seu próximo passo. Quando o sentimento não é exposto, não escutando nenhuma palavra você fica sem ação, desarmado, não sabe pra onde ir nem o que fazer. Isso leva a atitudes desesperadas e calma e paciência são fatores fundamentais para o sucesso, tem que saber a hora exata de agir.

O golpe tem que ser certeiro, só haverá uma chance, deve ser fatal. Talvez aja outra chance, porém nunca se sabe quando e a cada investida falha você irá ficar cada vez mais receoso para tentar uma outra vez e cada chance desperdiçada mais você sumirá desse mundo.

6/04/2008

Resistência nordestina


O Typhis Pernambucano

Por ROBERTO VIEIRA

De repente, Pernambuco se tornou a Argentina dos anos 60.

Vanderley Luxemburgo diz que tem medo de jogar em Recife.

Abel Braga exclama sobre a nossa prostituição.

O presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, deseja retirar os jogos do nosso estado.

Rubens Lopes que assistiu o conflito no jogo Náutico x Botafogo ali perto. Na Austrália.

Tudo curiosamente depois das derrotas dos seus clubes.

Tudo no dia 2 de junho. Dia em que se completam 184 anos da Confederação do Equador.

O futebol brasileiro foi tomado por uma aura de santidade nunca vista.

Jamais houve quebra pau entre PM e torcida em Porto Alegre.

Na Batalha dos Aflitos os jogadores do Grêmio não chutaram o árbitro.

A PM de São Pulo não evitou um desastre no jogo Corinthians e River Plate quando os torcedores ameaçaram invadir o campo.

São Januário não presenciou cenas dantescas na partida entre Vasco e Sport.

O Maracanã nunca foi invadido. Nunca teve mortos na quebra de grades de proteção.

Nunca antes na história deste país um estádio assistiu a confusões entre jogadores e polícia.

O Brasil não tem prostitutas.

O Brasil não tem marginais.

O Brasil não tem violência.

O Brasil não tem desigualdade social.

O Brasil é um oásis de felicidade e desenvolvimento na América Latina.

Exceto por uma chaga. Exceto por uma ovelha negra. Exceto por uma pústula:

O Estado de Pernambuco.

O resto do Brasil esqueceu. Pois a amnésia é abundante nesta terra que tudo dá.

Mas Pernambuco não se rende. Nunca se rendeu.

Nem em 1817. Nem em 1824. Nem hoje.

As manobras que tecem nos bastidores do futebol brasileiro são mesquinhas. São injustas.

São fratricidas.

O Estado de Pernambuco é muito maior que as calúnias de Vanderley Luxemburgo, Abel Braga, Bebeto de Freitas e Rubens Lopes.

Muito maior que um jogo de futebol.

Pernambuco é mais que um estado. É um sentimento. Uma saudade.

E o nosso amor por Pernambuco não está à venda.

Não tem preço.

Mesmo nesse tempo de trevas esportivas. Tempos em que cabe recordar os versos de Camões que constavam do jornal Typhis Pernambucano, editado por Frei Caneca:

"Uma nuvem que os ares escurece
sobre nossas cabeças aparece."


Daqui a pouco começa a final da Copa do Brasil entre o meu Sport e o Corinthians. É Nordeste x Sul. Boa sorte, meu leão! Fé que venceremos essa guerra!