3/28/2011
3/18/2011
Go Go Power Rangers
Estou revoltado com a omissão frente a todos os problemas que o Japão vem passando por parte Jiraya, Jiban, Flashmen, Ultramen, os 529 pokemons, os digimons, os Cavaleiros do Zodíaco, Naruto e Goku. Jaspion eu tiro dessa lista porque o Gigante Guerreiro Daleon está na oficina. Como é que essa galera acostumada a salvar o mundo das forças do mal esquece da sua terra natal? Até os meus queridos Power Rangers amarelaram!
Eu sempre fui acostumado a ver o Japão ser detonado nas tardes da Manchete, agora eu vejo ao vivo no Fantástico no domingo à noite. O comentário é que tudo isso está acontecendo porque Godzilla está cruzando no Oceano Pacífico, por isso todo esse reboliço no mar. Pelo menos já tem uma trilha sonora para tudo isso – “essa cidade vai tremer e o alarme vai soar, arrea arrea arrea arrea o mar”.
Aos que estão comovidos com tudo isso, lembrem-se que o Deus deles lá é outro, na dúvida rezem pra Buda, e evitem que seus pedidos sejam enviados para o setor errado, isso dá uma confusão arretada, quem vive do Judiciário sabe bem do que eu estou falando. Além do mais o nosso Deus está super ocupado atendendo aos pedidos dos emparedados do BBB.
Pronto, já basta de falar besteira, né? Vamos falar sério agora.
Eu fiquei fazendo essas piadas no twitter domingo passado e tive que ler alguns comentários revoltados de que eu era insensível, de que pimenta no rabo dos outros é refresco, etc. Se é pra ter pena de algum povo, vamos ter pena do Haiti ou Etiópia, lá sim eles precisam da ajuda de Deus mais que qualquer um. O Japão tem força suficiente para se reerguer antes que qualquer país do mundo na mesma situação. “Ah, mas eles são nossos irmãos”, realmente, são a minha cara, quem vê de longe pensa logo que eu sou japonês. Se querem ajudar o seu irmão, ajudem o povo de Barreiros e região, bem aqui ao lado, esses sim nossos irmãos de sangue pernambucano. Lá eles nem os Cangaceiros existem mais pra salvar a pátria, no Japão tem os Power Rangers.
Mas o que mais me deixa indignado depois desse amor repentino pelo Japão é a capacidade de alguém achar que orando via twitter você estará ajudando alguém. Se alguém tem o perfil de Jesus no twitter me passa que eu quero seguir Ele virtualmente também. Não dá nem pra criar um #PrayForBarreiros ou #HelpBarreiros porque as escolas lá que já eram uma porcaria foram levadas pela chuva e assim fica difícil ensinar Inglês para a população de lá.
Eu fazendo graça tenho certeza que estou fazendo alguém rir, melhorando a vida de alguém nem que seja por 3 segundos. Já quem fica orando via twitter pode ter certeza que não está ajudando ninguém, além do seu próprio ego.
Eu tiro onda para a onda não me tirar, feito aconteceu no Japão. Há!
3/11/2011
Ai se eu te pego, ai ai...
Como eu vou saber que aquela menina que não tem cabelo liso ou não frequenta (ou frequentava, sei lá! nunca fui nessa porra mesmo, nem quero ir) a NOX e sim prefere ir para um forró no Internacional, ou ficar em casa, não é a mulher da minha vida? Sim, acredito que cada pessoa no mundo tem alguém ideal para viver ao seu lado. Tem que arriscar, dar a cara a tapa mesmo. Não existe um padrão pré-estabelecido de pessoas que possam dar certo com você, são justamente os casais mais improváveis que mais deram certo.
Prefiro quebrar a cara 50 vezes com relacionamentos que não deram certos, sofrer tudo que posso, ficar a beira da morte por cada um deles, mas no último achar aquela pessoa que eu tanto procuro, do que passar a vida me gabando que nunca sofri por amor justamente por nunca ter amado.
3/02/2011
Rap Groovado
Outras palavras, outra banda, porém a linha é a mesma: abram suas mentes, deixem de lado as frescuras, viadagens e preconceitos. Vejam além do óbvio! Divirtam-se!
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Edcity revoluciona o pagode
No decorrer de 2009 a banda baiana de pagode Fantasmão subiu às alturas para depois descer nas profundezas do nada. Destaque no carnaval com o hit Kuduro, foi elogiada por Caetano Veloso e até o produtor musical Carlos Eduardo Miranda, um dos membros do juri do ídolos do SBT, já confessou ser fã da banda. Fez fama pela qualidade das letras de suas músicas, sem nunca apelar para sexismos ou onomatopéias fuleiras. No entanto encerrou o ano com uma formação completamente diferente, cantando "sou o lobo mau e vou comer você" e sem ser escalada para o carnaval deste ano.
As circunstâncias que levaram ao ocaso da banda até hoje não foram muito esclarecidas. Os rumores de que havia algo de podre dentro do Fantasmão começaram a circular no final do primeiro semestre. Os empresários se apressaram em desmentir tudo em nota oficial. O vocalista Eddye limitava-se a ficar na dele, sem confirmar nem negar. Até que em agosto Eddye tornou pública sua decisão de seguir carreira solo e levar com ele as músicas do novo disco Rap Groovado, que era anunciado como um passo além do Groove Arrastado criado pelo Fantasmão.
Numa das atitudes mais nobres e dignas da história da música brasileira, praticamente todos os músicos da antiga banda resolveram acompanhar o cantor em sua nova jornada. O fato causou uma imensa tristeza na legião de fãs, afinal Fantasmão era muito mais do que uma banda, era um conceito, era uma atitude, era a voz do gueto. Eddye, por razões contratuais, seguindo carreira solo, seria obrigado a deixar tudo pra trás e praticamente recomeçar do zero.
Assim nasceu Edcity. Um fato que deve ser ressaltado é que a nobreza e a dignidade nesse caso deve ser estendida também aos fãs, que mantém umas das comunidades mais ativas no orkut. A comunidade foi de presto renomeada e fora meia dúzia de gatos pingados que reclamaram, o apoio ao novo projeto Edcity foi assimilado em tempo recorde e o mote "a cidade é nossa" passou a ser o novo grito de guerra.
Entre agosto e outubro, nos intervalos entre os últimos shows com o Fantasmão, Edcity e sua turma se enfurnavam no estúdio e trabalhavam intensamente em cima das novas músicas. O disco Rap Groovado passou a ser um dos lançamentos mais esperados do ano. Todo mundo estava curioso para saber qual seria o novo som criado pela caixola de Edcity. O que se sabia era que as guitarras ficariam bem mais pesadas e que os teclados seriam deixados de lado.
Musicos da banda de Ivete Sangalo participaram de algumas gravações e saíram dizendo que não sabiam se conseguiriam dormir, impressionados pelo fato de que por debaixo de todas aquelas guitarreiras, existiam musicas que podiam muito bem ser tocadas nos carnavais.
E o que veio à público, via Orkut, surpreendeu até os mais crédulos. O que Rap Groovado, o disco, fez apartir da matriz do samba de roda, é algo que nem Zé Pilintra seria capaz de conceber. Enquanto Chico Science inseriu o maracatu e o hip hop em seu rock, Edcarlos Conceição teve o dom de fazer o caminho inverso, inseriu o rock e o hip no seu samba de roda. E funcionou magistralmente.
A faixa de abertura é assustadora. A faixa de abertura é capaz de espantar qualquer fantasmão. O BiS MTV adverte: coloquem escoras nas paredes antes de darem o play no Rap Groovado. O peso das guitarras e a percussão sincopada da introdução instrumental são de um peso sepulturístico.
A segunda faixa foi a escolhida para ser a primeira música de trabalho, em mais uma demonstração de coragem e hombridade de Edcity. Ao invés de escolher uma música mais claramente comercial, Edcity fez questão de provocar seus traidores. A letra não podia ser mais explícita: "Cara de santinho / dizia ser irmão / mas já diz o ditado / quem vê cara não vê coração / Traíra traíra / você tá na mira". No refrão, a força e a fúria da letra é reforçada pela guitarra pesada de Lost: "Andava entre os leprosos / pregando a união / foi beijado no rosto / tremenda traição".
Em "Cabelo do Rasta", Edcity paga tributo aos rastafaris e ao reggae, um dos ingredientes usandos na concepção de seu som. "Break" é uma das promessas de hit e a principio foi a escolhida para ser o primeiro clipe. Nela é feito um casamento entre o samba de roda o break de Michael Jackcson. Para os que dizem que seu som é consumido principalmente por jovens do sexo masculino, "Pivetona" dá o recado, a meninas também curtem, só que se trata de um tipo diferente de menina, aquelas que querem distância das futilidades de patricinhas.
Uma das críticas mais contundentes que Eddy recebe desde os tempos de Fantasmão é de que suas letras fazem apologia à violência. Na faixa "Alemão" o compositor deixa bem claro que faz pouco caso dessas críticas e segue firme em sua proposta, que é falar da realidade das periferias e da vida de seus moradores. Se a violência está presente nos gueto, falar sobre ela é algo no mínimo honesto para quem se propõe a ser a voz da periferia. Na abertura da música o vocalista decreta: "Alemão! Bota no micro-ondas, fogo no sacana!". É a realidade e tapá-la com peneira é coisa do asfalto, não morro. Ponto pro Edcity.
"Nocaute" é outro hit potencial, onde a percusão e as guitarras pesadas mais uma vez formam uma perfeita comunhão. Capoeira hard core. "Fumaça" é sobre aquela planta que as leis não permitem que exista, tema recorrente desde os tempos do Fantasmão. Edcity vive dizendo que não usa letras de duplo sentido, mas nessa área ele não engana ninguém.
Os tempos de kuduro são deixados para trás na letra de "O plantão é duro" e toda sua raiva contra seus inumeráveis detratores é expurgada em "Fala mal, mas paga pau" onde toda poesia é abandonada de forma que a mensagem seja transmita quase que da forma de um murro nas fuças.
O samba de raíz é celebrado em "É pra sambar" e na balada "Discriminação" temos outro tema recorrente, a crítica social. "Rap Groovado" é a música manifesto, com refrão chamando as massas para berrarem "hip hop / hip hop". Todos os elementos da nova sonoridade estão ali, o break, o rock, o hip hop, a linha de baixo com groove regueiro e demais nuances.
O disco é encerrado com a dramática "Do mal me libertei", uma crônica de um detento que encontra paralelo na história de vida do próprio que cantor, que já foi preso por porte de drogas por conta de um delegado que queria se promover.
Sem dúvidas trata-se de um de um disco revolucionário não só para o pagode baiano, como para a música brasileira em geral e serve como um farol de inspiração para as bandas de rock nacional, que entraram num círculo vicioso de indie do indie do qual ninguém parece encontrar a saída.
Por Timpin