6/03/2011

Slow dancing in a burning room


Quando eu comentei em um post passado que eu já passei por muita coisa (ruim) nessa vida eu não brinquei. O que eu já tive que ir para velório de pessoas que eu amo, a maioria não irá em toda sua vida. Infelizmente, tudo isso gera consequências em minha vida. Querendo ou não a sua fé vai se perdendo e a esperança de que o amanhã será melhor vai junto.

Como acreditar que existe um Deus de misericórdia quando tanta coisa ruim acontece a nossa volta? Vocês poderão dizer que Ele nos deu o livre arbítrio e essas coisas ruins que acontecem aqui são consequências dos nossos atos. Tudo bem, é justo. Porém tudo acontece de bom é mérito Dele? Na minha cabeça isso cada vez faz menos sentido. Por isso mesmo que estou procurando ao máximo fazer o meu, evitar depender de forças divinas ou ocultas para o meu sucesso.

Se não der certo, culpa minha. Se der certo, mérito meu. Quero viver o hoje, sem esperar nada do amanhã, o que não quer dizer que eu vou sair feito um louco me expondo das piores formas. Também não quero morrer porque sei a dor que eu causaria a tanta gente. Porém, não tenho medo da morte. Se minha vida acabar agora irei partir com a sensação de dever cumprindo, fiz o que tinha e que podia fazer. Não tenho medo do fim porque sei que coisas piores me esperam em meu futuro. Ainda não sofri o que tinha que sofrer.

Também não me sinto um mártir, achando que eu sou “especial” e que tudo isso é feito para me desafiar, para me provar. Não mesmo. As escolhas da vida são aleatórias, não acredito que temos nosso destino traçado. É um jogo de dados, as chances de certas coisas acontecerem na sua vida são as mesmas de outras coisas não acontecerem.

Só que alguns tem mais sorte que outros nesse jogo de dados.

3 Comenta aqui, campeão!:

SweetDreams disse... [Responder comentário]

"as chances de certas coisas acontecerem na sua vida são as mesmas de outras coisas não acontecerem." Falou e disse!

André Maciel disse... [Responder comentário]

"André, eu acho que tu faz muito bem. A nossa felicidade não depende de ninguém mais, exceto de nós mesmos. Só penso que existem diferentes tipos de males. Mas, para não nos alongarmos em discussões paralelas, digo apenas isto: durante nossas vidas, passamos por dores e lamentos que podemos suportar. Mais ou menos como aquela música dos Titãs: a cada um cabe alegrias e a tristeza que vier. Às vezes nós mesmos não acreditamos nisso, mas nos surpreendemos quando resolvemos enfrenta-los.

Eu encaro a vida como um aprendizado permanente. Imagino que o ser humano precisa terminar sua vida mais evoluído do que quando a começou. Óbvio? Talvez. De qualquer forma, uso esse raciocínio quando preciso enfrentar momentos que prefiro esquecer.

Faz parte do processo de amadurecer. Graças a Deus, não passei por grandes perdas ou dificuldades na minha vida - além, é claro, das que sempre podem acontecer, mas também tive meus dias tristes. Nesses dias, lembrei pessoas que passaram por coisas muito, mas muito piores e continuaram sua caminhada e lidaram com as perdas e as venceram. Aí, eu percebo o quanto eu tenho. E sigo em frente.

Você pergunta por que Deus permite que certas coisas aconteçam. André, acho que essa é uma pergunta quase impossível de um humano responder. A distância entre nossa visão e a de Deus deve ser assustadoramente gigantesca. Mas eu me permito acreditar que, se precisamos passar por momentos ruins, é para aprendermos a supera-los e, principalmente, valorizarmos tudo de bom e todas as pessoas boas que temos ao nosso redor.

Enfim... É mais ou menos isso. Hehehehehe! Abraço!"

Tiago F. Emerenciano

Jean disse... [Responder comentário]

Eu acho difícil acreditar que existe alguma forma de justiça divina moldada sobre as virtudes e a bondade com o próximo. A não ser que exista realmente uma recompensa estrondosa depois da morte. E ainda assim não me parece plausível que o mundo precise ser tão miserável e filho da puta enquanto a gente vive.

Não tenho crenças formadas por não sentir força suficiente pra me convencer de que elas valem a pena. Tão pouco sou convencido de que elas não valem. Por enquanto espero o mundo passar e, quem sabe, indicar qual caminho me pareça mais verdadeiro.

Quanto a fazer as coisas por si mesmo sem esperar do resto, concordo plenamente. A gente tem que ser o principal agente da própria sorte.