8/26/2011

O mundo aos meus pés


Saindo de casa um dia desses, dei de cara com meu vizinho, bem simpático (moro aqui há uns 4 anos e simplesmente não sei o nome dele, nem do namorado dele). Enfim, ele perguntou se eu estava de férias e eu respondi que estava formado, ou seja, estava era desempregado. Ele riu, porém disse – “é assim mesmo, essa é a etapa mais complicada da sua vida” – na hora nem dei atenção a isso, só ri em tom sem graça. Mas depois parei um pouco pra pensar nisso.

De fato, acredito que profissionalmente essa seja a fase mais difícil da minha vida. Me formei em Direito, ainda não consegui passar na OAB, mesmo que tivesse passado não tenho o plano de advogar, não tenho nenhuma peixada para me empregar. Estou por mim. E realmente, passar na OAB, passar em um concurso (que é o que eu quero), correr atrás de uma pós, etc vai ser pau.

Refletindo mais um pouco sobre isso, vi que, profissionalmente, eu não posso descer mais, ou seja, a tendência é que tudo melhore com o tempo. A questão é ser forte e determinado para superar esse tempo. Agora quanto tempo eu tenho? Essa sim é a duvida que me atormenta.

O mundo está cada dia mais competitivo, cada vez mais consumerista, não ter é não ser (já falei sobre isso anteriormente). Será que eu tenho tanto tempo para não ser? Mesmo que eu tenha esse tempo, como distinguir aquele que não quer nada com a vida, só ser sustentado, daquele que está fazendo as coisas ao seu tempo, mesmo que de forma lenta?

Eu toda vida fui um ano adiantado no colégio, conclui o 3° ano com 16 anos. Na época fiz o vestibular da UFPE e não passei, fiz o da Católica e nem corri atrás de saber se tinha passado no remanejamento. Foi a melhor coisa que fiz para a minha vida. Se eu tivesse entrado na faculdade com aquela minha maturidade (ou no caso, a falta dela), sabe-se lá Deus o que seria de mim hoje. Só tenho quase certeza que não seria coisa boa.

Uma coisa é temer o futuro, outra coisa é não estar pronto pra ele. Sem treinar, por mais talentoso que você seja, você não irá vencer a luta. E nesse caso, o seu adversário é a vida, e fique certo de que ela treina pesado todos os dias pra lutar com você.

8/19/2011

Os pássaros


Uma as minhas maiores frustrações atualmente é a distância que estou dos meus amigos, desde aqueles amigos que posso chamar de irmãos até aqueles amigos de farra. No final de contas, somos todos amigos. Digo que estou chateado porque sempre procurei colocar o interesse deles a frente dos meus, e não reclamo disso, muito pelo contrário, fazer isso sempre foi uma honra para mim.

Mas o tempo e a vida me forçaram a pensar um pouco mais em mim mesmo, e é uma coisa ou outra. E pra falar a verdade, prefiro cuidar do outros do que de mim. Sei que esse pensamento não é exclusivo meu, sei que muitos dos meus amigos pensam a mesma coisa e estão tão frustrados quanto eu. É a vida, né? Maldita vida.

Desde pequenos fomos treinados para o dia que todos nós nos distanciaríamos, que cada um tomaria o seu rumo. Esse é o fator natural das coisas, porém não é uma lei absoluta. A verdadeira amizade é aquela que supera essas adversidades que a vida impõe.

Aos meus amigos que estão lendo isso agora, tenham a certeza que não tem tempo ou distância nesse mundo que irá diminuir a consideração e o respeito que eu tenho por cada um de vocês. Posso passar 50 anos sem nenhum contato com vocês, mas quando eu voltar a minha amizade por vocês será a mesma. Fico com muita raiva de ver que as coisas não são como eu esperava que fossem, queria poder sair quebrando tudo pra fazer com que os dias felizes de outrora retornassem.

Desculpa de verdade se quando vocês tentaram contar comigo eu não estive ao lado de vocês, meu desejo nunca foi esse. Vocês são minha família, vocês são meu time, vocês são meu exercito. E com vocês eu vou até o fim!

“Acredito que causalidade não existe que por alguma razão você entrou na minha vida. Certamente Deus queria que lhe conhecesse, que você estivesse dentro do meu coração e que fosse parte da minha vida. Muito obrigada por tudo! Você foi fundamental para que eu pudesse chegar até aqui.”

Esse final é de autoria da minha irmã, ela escreveu em sua monografia, dedicada ao seu namorado que se foi em março desse ano. Mas faço minhas as palavras dela e decido a vocês, meus amigos.

8/12/2011

Veja bem, meu bem


Fico imaginando se seria possível eu viver uma situação tão extrema que me levasse a agredir uma mulher. Na minha cabeça, bater em uma mulher é o ato mais covarde que o homem pode cometer. Mesmo no caso de uma mulher partir pra cima de mm, querendo me matar de porrada, acho que o máximo que eu faria seria me defender e tentar imobiliza-la. Mas não consigo me imaginar desferindo um golpe nela.

Pode ser um murro na cara ou um “simples” puxão mais ríspido no braço dela, o cara que faz isso perde o meu respeito. Queiram vocês, mulheres, ou não, nós homens, somos superiores biologicamente a vocês: somos mais fortes fisicamente, geralmente, e não precisamos expelir todos os meses milhões de litros de sangue.

Porém, raça que eu abomino mais que essa de homem que bate em mulher é da mulher que gosta de apanhar do homem. Se a mulher é agredida uma vez pelo seu “companheiro” e ainda assim opta por continuar com ele sob o argumento de que ele vai mudar, que nunca mais fará aquilo, ou pior, que ela mereceu aquilo. É até difícil dizer, mas esse merece apanhar mesmo, para deixar de ser tão burra.

Todos nós nascemos programados geneticamente, somos o que somos e sempre seremos isso. Não dá pra mudar a nossa natureza. Logo, quem bate uma vez, irá bater outra. Quem bota uma gaia, bota mil. Então, minha dona de casa, se apanhou uma vez e ainda tá com o cidadão sob o mesmo teto, se prepare para o UFC que ainda vai ter muito coco de roda na sua sala.

Ah, esse post foi tanto em sentido literal quanto em figurado. Atentem a isso.

8/05/2011

Todo carnaval tem seu fim


Realidade é algo muito doido, ela está na nossa cara o tempo todo, bem em frente aos nossos olhos e por mais que estejamos vendo ela, às vezes, simplesmente não a enxergamos.

Já pensou em quantos momentos das nossas vidas, nós achamos que estávamos vivendo uma realidade, e do nada acordamos e percebemos que tudo aquilo era um sonho. Ou um pesadelo. Se se o que estivermos vivendo agora não for real? Há como saber isso, talvez com um beliscão um banho de água fria?

É melhor viver vários sonhos ou uma só realidade?

E para complicar mais ainda, muitas vezes nós mesmos forjamos a realidade que queremos ter. Procuramos botar na cabeça, nos convencer de que aquele sonho, do qual acabáramos de acordar, era real. E vamos alimentando isso até não podermos mais. É muito difícil simplesmente acordar e sair da cama.

Só sei que todo carnaval tem seu fim e não há mal que perdure para sempre. O resto é sonho. Ou não.

Os títulos dos posts desse mês serão músicas de Los Hermanos a pedidos de Clarinha que é uma das minhas mais fiéis leitoras e fez aniversário sexta (dia que eu deveria ter postado).