3/30/2010

Ainda que eu falasse...


Um dos temas mais difíceis para mim é o amor, no caso, em um relacionamento. O conceito mais coerente que eu já vi foi Monte Castelo de Legião Urbana que além da letra de Renato Russo também tem trechos de Camões e da Bíblia. Mas ainda é pouco para mim, falta-me definições.

Questionamento frequente em minha mente é sobre se o amor é uma condição ou um resultado de um conjunto de fatores. Explico. No primeiro, me refiro sobre o "amor a primeira vista", sobre você estar lá vivendo sua vida e de repente olha para ela e seu coração dispara sem motivo. Confesso que já passei por isso e posso afirmar que isso acontece.

Quanto ser um conjunto de fatores quero dizer que não basta a emoção do momento, o disparar do coração, mas também todo o contexto em sua volta. Isso que eu vou falar é complicado, inclusive um bom tema para um post futuro, mas acho que ao amar uma pessoa você não necessariamente irá gostar dessa pessoa. Quantas pessoas você já viu por aí que dizem que amam a outra pessoa, porém não querem nunca mais saber delas? Pois bem, será que o amor não é uma consequência de gostar do outro, afinidades em comum (confesso que não sei se isso que eu falei agora é redundância), química, circunstâncias materiais (distância um do outro, disponibilidade...), etc.

Creio que ambos os casos possam ocorrer e sejam amor, mas acredito que para o amor fluir é necessário que ambos os casos ocorram. O primeiro é ideal para começar tudo e o segundo para manter. Deve haver outras possibilidades que ainda desconheço, mas irei me ater a essas duas por algum tempo até chegar a uma conclusão. Ou não.

3/22/2010

Manual do solteiro (ou ex)


Você vai para uma festa com sua turma, acaba conhecendo um outro grupo, mas de meninas. Tudo corre bem, todo mundo é bonito e simpático, o entrosamento rola no instante. Você se interessa por uma delas, nesse caso o passo a seguir é são simples: primeiro você vai tentar passar a melhor imagem possível para ela mantendo contato esporádico, agindo de forma correta e sendo sincero com ela, mas sempre com calma. Ao mesmo tempo você vai agindo da mesma forma só que de maneira mais divertida com as amigas mais próximas dela. Procure entrosar o seus amigos com as amigas dela, se possível forme casais.

Agindo dessa forma você meio que estará deixando-a "cercada", pois para onde ela olhe, com quem quer que seja que ela fale o assunto será você ou algum assunto ligado indiretamente a você. Esse contexto fará com ela repare em você e passe observar o seu jeito, pois irá se questionar - "O que esse cara tem demais para todos só falarem nele?" - feita essa pergunta, parabéns, você já está mais perto do que longe de conquistar ela.

Mantenha sempre o contato, não se abra de uma só vez, vá se revelando aos poucos. Desperte o interesse nela em saber mais sobre você, as vezes conte algo constrangedor sobre você para não passar uma imagem de Superman, assim ela saberá que você também tem defeitos e não está fazendo e falando tudo isso só pra conquistá-la. É quase uma psicologia reversa. Mas sempre deixe claro que você está "gostando" dela e nunca cobre o mesmo por parte dela, você não tem esse direito. Isso não é algo que se peça, isso simplesmente acontece e na hora certa você saberá.

Nos momentos que você estiver ao lado dessa pessoa procure se vestir bem, usar o perfume, andar com algum dinheiro na carteira, não ter medo de gastar esse dinheiro. Mas também não fiquei impecável o tempo todo ou ela vai pensar que você é viado. Evite fazer as brincadeiras que você faz com seus amigos com ela, mas não deixe de fazê-las com seus amigos. Aja sempre normalmente, você não irá querer que ela se questione sobre você estar sendo falso ou não com ela (isso ocorre quando ela suspeita que você está agindo de forma diferente da habitual com seus amigos por estar na frente dela).

Jamais minta, pode até aumentar uma coisa ou outra, mas nunca minta. Toda mentira um dia se revela, você não vai querer que ela pense que você mentiu sobre outras coisas, principalmente a mais relevante: gostar dela.

Dê o seu máximo enquanto estiver com essa pessoa, mas sempre com cautela, afinal você conheceu essa pessoa esses dias. "Amor" é só uma palavra, o sentimento relativo a ele é composto de vários fatores além do "gostar", os quais estão inclusos a conveniência, afinidade, dia-a-dia, etc... Tenha calma antes de falar "te amo" para essa pessoa, não faça isso só porque está gostando dela.

O começo é sempre bom, tudo lindo e maravilhoso, mas você sempre deve pensar no amanhã, se poderá dar certo um relacionamento com essa pessoa, no que isso interferirá na vida de ambos, se realmente vale a pena, se esse sentimento é passageiro, etc. Se a resposta for "não" para quaisquer dessas perguntas é porque é hora de partir pra outra. É, é uma decisão unilateral, mas isso não quer dizer que só você deverá ser informado, converse com a outra pessoa, explique a ela que é melhor acabar agora numa boa do que levar se arrastando e consequentemente acabar em briga fazendo com que todos os momentos bons vividos entre ambos sejam esquecidos. É, é muito difícil abrir mão daquilo que te faz bem.

Em suma é isso. Siga esses passos com as devidas adaptações que você se dará bem com as meninas e formará uma boa imagem sua o que tornará as próximas vezes cada vez mais fáceis. Lembre-se: sempre procure agir da forma mais correta e transparente possível, antes de mais nada. Respeito sempre a outra pessoa.

Pois bem, sempre fiz isso, menos dessa vez. Quebrei todo o meu protocolo, inverti todas as regras e resolvi arriscar: estou namorando. Pode ser que não dê certo por ser uma situação nova pra mim, mas deixa pra lá, estou feliz.

3/14/2010

Formar


Você vai para uma festa estando cheio de dor, sabendo que tem que acordar cedo no outro dia, sem beber, sem poder dançar, nem ao menos ficar junto com a sua turma porque está machucado. Passa a festa toda na mesa, é considerado por isso a pessoa mais velha da mesa (palavras de pessoas pelo menos uns 20 anos mais velhas que você) e apesar disso tudo você sai de lá muito, mas muito feliz. É fácil de explicar.

Ontem foi a formatura de um cara que só falta ter o mesmo sangue para ser tido como oficialmente como meu irmão. É o amigo há mais tempo que eu possuo, amigo mesmo. Amigo daqueles que você entra na casa dele na hora que quer, escuta conselhos da mãe dele e toma uma dose de uísque com o pai dele. Amigo que de tão amigo você considera os irmãos dele tão amigos quanto. Aquele tipo de amizade que um nunca diz o que sente pelo o outro por simplesmente não precisar. Por mais que um irrite o outro nunca ficaremos com raiva de verdade, pois somos amigos.

Na festa dele ontem estava muito feliz, pois estava presenciando um passo adiante na vida dessa pessoa, o crescimento dele, numa vida a qual eu sei que fiz parte em todos os momentos. Feliz por saber que tive alguém ao meu lado durante toda a minha vida e que comemorará comigo minhas vitórias e estará, como sempre, ao meu lado em minhas derrotas para me ajudar a me levantar. Assim como a reciprocidade procede.

Fiz esse texto em poucos minutos e me contendo para não escrever mais porque é muito fácil falar de alguém que você conhece tão bem, que admira tanto.

Parabéns, Furão! Você sabe que sempre contará com minha torcida para o seu sucesso na vida, mais do que isso, sempre contará com meu apoio para o que você precisar. Afinal tu és meu irmão mais feio.

3/06/2010

No limite


Alguém por aí ainda?

Vamos ver se sai alguma coisa depois de um longo e tenebroso inverno (no caso, verão). Esses dias tive bastante tempo e espaço para pensar na vida graças a uma multi-fratura na clavícula (4 no total) e com isso já se passam alguns dias de molho em reclusão aqui em casa.

Com isso pude me dar conta de alguns limites meus tanto físicos quanto psicológicos. Percebi que de fato eu não tenho ossos de adamantium e se forçar eu me quebro, como prova disso está meu novo ombro de ferro que acabei de adquirir com meu ortopedista. Só assim para você saber que não é de ferro, mas que só tende a ser de ferro se não perceber isso logo cedo.

Mas esse limite é o de menos, mais difícil foi constatar alguns limites psicológicos e emocionais. Até onde você consegue levar um relacionamento que de direito não constitui nenhum compromisso, mas de fato esse compromisso existe? Ainda há o agravante desse compromisso só existir por uma das partes enquanto da outra só há uma consideração. Vale a pena ficar "enrolando"? Dar sequência há algo que claramente não tem futuro algum, não por falta de vontade, mas pelo contexto ser desfavorável. Pensei bastante e cheguei ao meu limite de "enrolação". Quem sou eu para prender alguém a mim por puro luxo? Cada um tem o direito de ter sua vida, de correr atrás de uma chance de ser feliz, nem eu nem ninguém tem o direito de privar outra pessoa desse direito. Saber que se atingiu esse limite é a melhor coisa que pode acontecer para ambos, pois só assim haverá a possibilidade de cada um encontrar algo que tenha um limite maior e com muita sorte que não tenha limites.

Meus limites psicológicos estão sendo postos a prova no momento, quero ver até quando vou conseguir me manter só com um braço em perfeito estado já que o direito está com seus movimentos limitados. A pior coisa que você pode fazer com alguém que é independente é torná-lo dependente de outras pessoas, me sinto o mais imprestável dos seres. Porém essas limitações servem para que você possa dar valor às suas limitações em perfeitas condições. Só eu sei o quanto é importante a minha clavícula agora, como é bom dormir virado para o lado direito e como é sem graça beijar aquela menina tão linda sem poder tomá-la em seus braços.

Abracem com toda sua força e sempre que possível as pessoas que você gosta porque você não sabe quando quebrará a clavícula.