7/18/2010

Bota a mão na cabeça que vai começar...


Lembro de quando eu tinha por volta dos 11 anos, só queria escutar rock. Comprei um cd de Skank e Charlie Brown Jr. e por isso me achava o revolucionário em meio aos meus amigos que só ouviam forró e pagode. Na época eu morava em Pesqueira, e por causa do meu gosto eu recebi o status de rockeiro, e vesti a camisa preta. Até gostava de ser a exceção, e para manter a pose eu sempre procurar criticar os demais estilos musicas populares por lá.

Um fator que favoreceu bastante a essa minha manutenção nesse estilo foi a minha idade, eu ainda era uma criança, não sabia o que era mulher. Mas o tempo foi passando e meu interesse pelo sexo oposto foi aumentando progressivamente e chegou o momento que percebi que naquele meu estilo seria complicado "encontrar" alguém. Ai comecei a frequentar as festas do povo lá em Pesqueira: bailes de forró, carnavais fora de época, etc... Nesses ambientes percebi que lá tinha o que eu tanto procurava: mulher. Porém ao satisfazer minhas necessidades de adolescentes eu comprometia meus ouvidos. Tudo bem.

O tempo passou e eu não deixei de ouvir os meus rocks em casa, nem muito menos deixei de frequentar esses eventos. Com isso passei a entender um pouco de todos os estilos musicais, só assim comecei a apreciar um pouco o que cada um desses estilos poderia me oferecer. Percebi que nem todo pagode (axé, swingueira, etc) ou forró estilizado possuia letras vazias. Até bem pouco tempo atrás eu batia no peito todo orgulhoso para dizer que duvidava achar em minha casa ou meu pc qualquer música desses estilos. Que besteira, hoje vez ou outra ouço algo do tipo simplesmente por ao ouvir certas músicas elas me remetem a momentos muitos felizes, como o Carnaval, e acabo ficando feliz por isso. Não, eu não gosto de tudo, acho um saco esses pagodes melosos, mas se minha turma resolver ir para um show de Sorriso Maroto e eu não tiver nada de melhor pra fazer vou e vou me divertir mais que qualquer um. O maior exemplo atual que eu posso citar para isso que estou falando é Parangolé que estourou para o mundo com o Rebolation.

Vejo muita gente sempre fazendo comentários do tipo - "Só falta tocar o Rebolation" - em tom depreciativo. Mas alguém já parou para ouvir a letra dessa música? Poucos, né? Ela simplesmente não diz nada demais, é algo leve, inocente, para dançar somente. Divertir. Tem gente que gosta de dançar, sabiam? Ai uma dessas pessoas que são tomadas pelo preconceito que já tive outrora ao ver Léo Santana (vocalista do Parangolé) se apresentando já torce a cara. Acham totalmente primitivo um negão de 2 metros de altura rebolando, ficam tão afixionados por essa imagem que não param para ouvir o que ele está cantando. Sim, ele canta muita música da moda que são bastante depreciativas. Porém canta várias outras de letra até bonita.

Em "Favela" ele canta a alegria do dia-a-dia daqueles que vivem nas favelas de Salvador, já na curta letra de "Negro lindo" ele expõe o orgulho de ser negro, o que é algo bastante louvável em um país como o Brasil onde o preconceito racial é tão presente e muitos negros tem vergonha de sua cora. Há vários outros exemplos. E além disso tudo essa é a raíz cultural do Brasil, é bom cada um saber a origem de tudo isso que existe hoje aqui. Não somos um país europeu, somos um país africano.

Não vamos deixar de nos divertir por preconceito com outros estilos e ritmos, você pode se divertir em qualquer ambiente, basta querer e estar disposto a isso. E se divertir é algo sempre bem-vindo no mundo estressante que vivemos. Preconceito é algo muito sério para o usarmos de forma tão besta. Mexam o balaio.

9 Comenta aqui, campeão!:

Edlaine Matias disse... [Responder comentário]

Uma música para cada momento. :D
E o sr. ainda tá devendo aquele show da banda Lapada viu? kkkk

;**

Anônimo disse... [Responder comentário]

Eu sou do tipo que não pode ouvir falar no "rebolation" que já começa a xiar, não gosto desses tipos de música, mas confesso que anima muito uma festa. Tem que ter música pra cada ocasião (:

Gostei do post! beijo :*

Luana Silva disse... [Responder comentário]

Eu sou bem eclética, e acho que cada estado de espírito pede um estilo de música diferente (ou vários estilos, quem sabe), e acho que para se divertir, vale sim estar dançando do rebolation à Lady Gaga. :)

jéssica disse... [Responder comentário]

eu era igualzinha a tu quando mais nova. a diferença é que não teve mulher no meu caso hahaha
e também que eu já gostava de parangolé... antes de rebolation. hahaha é muito chato!
ok, eu esqueci o que mais eu ia falar :(

carolfbm disse... [Responder comentário]

"você pode se divertir em qualquer ambiente, basta querer e estar disposto a isso."

Apoiado!
Como sempre, adorei o post!

Faz o L!

Felipe Padilha disse... [Responder comentário]

Acho que você caga pela boca (ou pelos dedos) Tu é porra nenhuma!
Tu nunca gostou de mulher! Ta querendo enganar quem?


VOCÊ TEM UM PAU QUE PARECE UM COTOCO!

Renatinha Lira ♥ disse... [Responder comentário]

Adorei ANDRE!

Renatinha do 'Mundo cor de rosa'.
aparece lá!
Beijokas
=***

Laíse disse... [Responder comentário]

Gostando do seu amadurecimento em relação a gosto musical. Eu desde sempre achei tudo isso que você falou.

Luana disse... [Responder comentário]

Concordo em gênero, número e degrau. A diferença só é que eu desde pequena ouço tudo, nunca tive um estilo próprio de música. Quanto às letras das músicas eu só lembro de João do Morro: quem vai dizer que não existem um "papa frango", "a menina que estica o cabelo", "as ligações de 3 segundos"? Se disser que não é mentira. Todas essas músicas mostram a realidade, o cotidiano, e quanto a isso não podemos negar nem ignorar.