5/27/2011

The Ballad of Johnny Budd


Cada dia que passa eu me vejo um ser menos materialista, cada vez mais desapegado aos meus bens materiais. Em dezembro, lá em Tamandaré, dei a camisa que eu estava usando a Felipe só porque ele comentou que a mãe dele deu a que ele tinha igual a minha. Fazer isso anos atrás era algo inimaginável para mim. Como assim? Dar uma camisa que eu gostava, parte de uma “coleção”?! Impossível. Hoje não abro mãos de poucas coisas minhas.

Não consigo mais juntar dinheiro para comprar coisas, se for algo que eu precise, tudo bem, mas algo meramente por status, não. Não compro mais marcas, não vou juntar um dinheirão para comprar algo só para dizer que tenho e mostrar a todo mundo que tenho. Já fiz isso, muito, mas hoje simplesmente não vejo mais sentido em agir assim. Hoje prefiro usar meu pouco dinheiro para ir a um show de uma banda que eu gosto ou fazer uma viagem com meus amigos.

Eis que esses dias li algumas teorias de Erich Fromm, e pelo o que eu entendi pessoas com mais experiências de vida valorizam muito mais o “ser” do que o "ter". Já vivi muita coisa, conheci muita gente, só de capitais do Brasil eu conheço umas 13, deu para conviver com diferentes culturas, procuro sempre estar lendo diferentes opiniões sobre o mesmo tema (por isso que eu gosto tanto quando vocês comentam aqui, me fazem pensar e escrever mais) e por ai vai. Segundo Fromm, esses tipos de experiências fazem com você busque cada vez mais outras novas e deixando de lado os bens materiais.

Já pessoas “ignorantes” que vivem no seu próprio mundo visam sempre acumular patrimônios físicos, ter mais e mais coisas. Porém juntando pouquíssima bagagem interna. Não sei isso ocorre por falta de caráter das pessoas, se pelo meio em que ela vive, não sei. Mas se você se vê um pouco assim, tente mudar. Esqueça um pouco o que você tem no bolso, o que você veste ou que você dirige. Der valor mesmo aquilo que você tem dentro de si, se não tem nada, invista nisso. Invista em você. Por incrível que pareça, alguns de vocês valem que um carro usado. Mas só alguns.

Ps1: valeu, meu povo bonito, 8 mil acessos.

Ps2: abril foram só títulos de posts relacionados a músicas de Misfits, maio foram só de Sublime (últimos shows que eu fui, diga-se de passagem, dois dos melhores shows que fui na vida). Junho chegando, o que acham de John Mayer agora?

5/20/2011

Garden Grove


“Sua obsessão com a honestidade e seu comportamento autodestrutivo — bebidas, drogas e relacionamentos — estão ao mesmo tempo destruindo e enriquecendo sua carreira.”

Essa é a descrição a respeito de Hank Moody, personagem principal de Californication. Desde que comecei a acompanhar esse seriado ele passou a ser meu preferido, bastante tempo depois foi que li essa sinopse sobre Hank e entendi porque gosto tanto de assistir isso.

Nunca me contento com o que tenho. Acho que isso é deva ser consequência de um passado mais glorioso, onde eu tinha tudo. Ou acho/achava que tinha. Hank Moody fez sua fama em cima de um único livro, até agora não conseguiu lançar o segundo porque tudo o que ele escreve não considera a altura do que aquilo que ele escreveu antes. Não me preparei para o dar e tirar da vida, e quando isso começou a acontecer acabei me apegando muito ao passado, às coisas ruins. Por medo de perder para a vida o que me restou passei eu mesmo a abrir mão dessas coisas, mesmo que sem querer.

Eis que entra o segundo personagem desse post: Eddie Vedder. Como sempre assistindo One Tree Hill (meu segundo seriado favorito) baixei as músicas do episodio e entre elas estava Just Breath do Pearl Jam (Karol disse que se atrapalhou naquele post sobre Sublime e Misfits então explico logo, o vocalista e autor dessa música é o Eddie Vedder, beleza?). Na hora já disse que era uma das músicas mais bonitas que eu já ouvi na vida. Isso porque ela me levantou um questionamento muito importante: por que me autodestruir quando a vida cuidará de fazer isso comigo durante toda a minha vida? Por que colaborar com isso, jogar contra o meu próprio time?

Acho que é mais fácil viver focando nas coisas boas que acontecem a nossa volta do que focando nas marcas do passado (claro, sem esquecer delas, porém não dando tanto valor a elas). Lugar de passado é no passado. Se não deu certo, é tentar de novo. É arriscado você andar pra frente olhando para trás, você pode acabar dando de cara com um poste.

Se estou procurando pensar dessa forma tenho que dar os devidos créditos a Waleska que foi a primeira pessoa em muito tempo que me mandou deixar de frescura. Valeu (:

(Mas agradeço demais, demais mesmo por todas as pessoas que me ouviram e me deram apoio durante todo esse tempo. Não tenho palavras para agradecer a todos vocês.)

5/17/2011

New Thrash


"Sabe quando você está preocupado, na rua, pra estacionar o carro, e, quando, finalmente, você encontra uma vaga, o flanelinha aparece, do limbo, pra lhe extorquir e você, se impondo, manda-o às favas com a sua malandragem? Quando você volta, o maloqueiro já está sumido, mas, de lembrança, faz uma "arte", com prego, na pintura do seu carro? Revoltante, não?

Mas pode estar certo, estejam vocês em que ponto do Universo estiverem, o que importa é: o dono do carro continuará sendo o dono do carro e o dono do prego continuará sendo o dono do prego. Tirem suas conclusões. Vamos fazer a manutenção do nosso "veículo", arrancar para a Série A, que é, na verdade, o referencial ao qual deveremos nos apegar, e deixem o carnaval correr solto na 'festa do prego'." Ricardo De Sá Leitão

Curtam seu momento de alegria, porque ele só dura 1 ano enquanto a minha alegria dura pelo menos 5.

E pelo Sport tudo. Sempre.

5/13/2011

Wrong Way


Como obviamente todos no mundo sabem, hoje o Sport Club do Recife completa 106 anos. Bem, não irei fazer um texto sobre as conquistas do Sport e o orgulho de ser rubro-negro. Falarei sobre a principal característica da torcida do Leão que a torna uma das torcidas mais odiados do Brasil: a arrogância.

Ao perguntar a qualquer torcedor rival sobre o que eles acham da nossa torcida as respostas serão sempre na linha de que somos megalomaníacos, achamos que torcemos pelo melhor time do mundo, etc. Sim, achamos mesmo isso. Para nós, o Sport é sim a maior instituição de todos os tempos. Não sabemos perder, ou é a vitória ou não é nada.

Pois bem, eu como legitimo torcedor do Sport não fujo a regra. Contudo sei que a arrogância é um dos piores defeitos do ser-humano, sei que ninguém é melhor que ninguém. Cansei de discutir religião com minha mãe por ela achar que o Espiritismo (eu sei que não é religião, e sim uma doutrina) é a mais certa entre todas as crenças, cansei de dizer a ela que a mesma coisa diz o mulçumano e o protestante fanático, assim como todo e qualquer fanático por sua religião. Nas artes marciais cada um que ache que seu estilo é o melhor e mais completo entre todos, o maior exemplo disso é Hélio Gracie que saia desafiando todos os mestres de outras artes marciais para provar que o seu Brazilian Jiu-Jitsu era a melhor de todas (fruto dessa filosofia é a descriminação que essa arte marcial sofre hoje em dia). Cada um que ache o que faz é o melhor.

Ninguém é melhor do que ninguém, porém, sempre haverá alguém melhor do que você por melhor que você seja. Por isso mesmo que devemos sempre procurar superar constantemente os nossos limites, ir ao extremo, cada vez que nos superamos, superamos um mundo de gente que até então era melhor do que você naquilo. Porém devemos fazer isso sempre mantendo os pés no chão, fixando nossos pés no chão fica mais difícil você cair.

Mas no futebol tudo é diferente. E domingo iremos superar mais uma vez toda a desconfiança e seremos os melhores. E caso isso não ocorra, tudo bem, nada mudará. Afinal, sou Sport. Sou superior.

Parabéns, Leão!

5/06/2011

What I Got


Continuando os textos sobre tudo isso que está passando, emocionalmente estou vivendo um caos. Uma hora estou “bem”, minutos depois estou fora do ar. O mesmo assunto que trato com uma pessoa de boa, simplesmente não consigo tratar com outra pessoa. Com isso estou buscando ao máximo ficar ao lado de pessoas que me façam esquecer da vida, pessoas que fiquem na minha cabeça para que eu possa me dedicar a essa pessoa nem que seja por uns minutos, assim eu saiu da minha realidade.

Se agir assim é a coisa certa a ser feita eu realmente não sei, até porque no momento não sei bem o que é certo e o que é errado. Só quero um pouco de paz, e estou disposto a tudo por isso. Não posso me dar ao direito de cobrar compreensão das pessoas para certas atitudes minhas, elas sim tem o direito de se afastar de mim, ninguém tem que me aguentar. Mas um pouco de compreensão comigo nessa hora seria muito bom, só ter um pouco de paciência que com pouco tempo eu voltarei a si.

Apesar de sinceramente também não saber ao certo quem eu serei daqui por diante, as coisas mudaram radicalmente a minha volta. Só posso me adequar a esse novo meio, não dá pra fugir dele. É lutar contra ele ou se curvar a ele. Mas para o primeiro é necessário forças...