
As reflexões sobre essa frase eu deixo por conta de vocês.
Para o Flamengo e Corinthians, especificamente, será muito ruim que os nordestinos parem de torcer para estes respectivos clubes. Pois perderão receitas com venda de produtos oficiais, expansão de assinaturas de tevês no meio cibernético específicas como a FlaTV e a similar corintiana; perderão força nos estádios nordestinos, já que não haverá tanto torcedores em seu favor e por fim a mídia que os propagam perderão audiência em detrimento dos times locais.
Se no discurso deles reinam a defesa da democracia, do livre arbítrio de torcer para quem quer que seja e que não há manipulação da mídia em escolher o time que o povo tem que torcer. Eu queria saber por que Grêmio e Internacional, ambos campeões mundiais, brasileiros, de Libertadores não possuem uma grande torcida no resto do Brasil?
Por que a maioria das transmissões enfatiza apenas o rubro-negro carioca e o alvinegro paulista? Só existem estes dois clubes no país? Só eles merecem ser “incentivados” a aumentarem o número de torcedor-consumidor? Por que o São Paulo Futebol Clube, o maior time brasileiro da atualidade (em títulos, gestão administrativa e financeira), não tem tanto espaço e valorização na mídia como os outros dois têm?
Por que a transmissão regionalizada encontra tanta resistência nos bastidores das principais emissoras do nosso país? Porque sabem que regionalizando as transmissões futebolísticas aumentará o interesse dos nordestinos em agarrar seus times locais e isso gera receitas, crescem os sócio-torcedores e conquistas de melhores patrocínios aos times daqui em detrimento dos times do eixo RJ-SP. Pois, a empresa que percebe que tal time de tal região tem um grande potencial de consumo e lucro, com certeza irá se interessar em patrocinar e elevar tal time, de tal região.
O interior da Bahia, mesmo em pleno século XXI, só possui transmissão do RJ, ou seja, com todo apoio das emissoras abertas e fechadas de tevês, que optam em incentivar a torcer pelos times cariocas e paulistas, principalmente ao Flamengo e Corinthians. É bastante comum encontrar nordestinos que torcem pelos dois clubes ao mesmo tempo.
A torcida do Flamengo é a maior torcida do Brasil apenas por isso, não por terem boa estrutura, ou ser um Clube competente, afinal, é o que mais deve no Brasil, frutos de seguidas administrações ridículas e amadoras.
A faixa colocada foi neste sentido. De chamar à atenção dos torcedores do Nordeste em abraçar seus times, pois ao valorizarmos nossos times iremos contribuir para o crescimento do mesmo em médio e longo prazo. Pois passaremos a comprar produtos do time e ser consumidor do mesmo – Gerando renda, que gera lucro, que gera investimentos na formação do elenco e infra-estrutura.
Quem é baiano e conhece a região do Barradão sabe como este bairro passou por diversas melhorias pela prefeitura da cidade ao longo dos anos, justamente pelo crescimento do Vitória. Escolas e creches foram construídas, melhorias no asfalto, transporte, saneamento, eletricidade e segurança melhoraram muito no bairro da Canabrava, que hoje se chama Nossa Senhora da Vitória.
Recriminamos sim a alienação que faz um cidadão pegar mais de
A oportunidade que temos de fortalecer nosso povo e nossa região se apresenta em inúmeras esferas, entre elas o esporte. E é histórico a constante transmissão de jogos dos times cariocas e paulistas em todas as semanas; incentivando com comentários tendenciosos quando esses jogos incluem clubes nordestinos; dando praticamente 100% do tempo de seu telejornal esportivo nacional para os clubes do eixo. Isto tudo é o que se pode afirmar dentro da esfera da legalidade.
Não podemos afirmar nada em relação ao obscuro.
A vocês que se julgam defensores da democracia, que democracia é esta que não oferece ao cidadão do interior nordestino a oportunidade de conhecer os clubes de forma igual e decidir por quem quer torcer? Para quem você torceria, meu caro, se assistisse jogos do Palmeiras, por exemplo, todas as quartas e domingos desde sua infância?
A escolha dos nordestinos menos favorecidos pelo Flamengo não é democrática, posto que esta é imposta. É fácil defender a democracia quando se está no topo, não é? Ou você acha que Hitler não se julgava justo?
Aí você cita as “glórias” do Flamengo e de outros clubes do eixo, como argumentos para a escolha do time. Você analisou os títulos do clube antes de escolhê-lo? Se o fez, aconselho a procurar um psicólogo. A escolha do clube de coração está para além de derrotas e vitorias, está ligada a identidade, a elementos que te fazem sentir parte daquela agremiação, daquela forma de encontrar no futebol - características do seu Estado, do seu íntimo, do seu povo e pessoas do seu convívio.
Tudo isso é uma colonização nefasta que assola muitas cidades (principalmente) do interior dos estados do norte e do nordeste. Por tudo isso, a torcida nordestina do flamengo e de outros times do eixo é sim, a vergonha do nordeste: não por eles em si, coitados alienados, mas por serem a prova física da manipulação antidemocrática da mídia nacional.
Graças a Deus, isso está mudando e atitudes como esta da torcida do Vitória mostram que em breve os nordestinos darão um basta a esta imposição midiática. Como é de costume, quando revoluções estão em curso, aparecem os reacionários como os de agora: os torcedores dos times, as emissoras de televisão e os presidentes dos referidos clubes.
Saudações Rubro-Negras Baianas!
De repente, Pernambuco se tornou a Argentina dos anos 60.
Vanderley Luxemburgo diz que tem medo de jogar em Recife.
Abel Braga exclama sobre a nossa prostituição.
O presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, deseja retirar os jogos do nosso estado.
Rubens Lopes que assistiu o conflito no jogo Náutico x Botafogo ali perto. Na Austrália.
Tudo curiosamente depois das derrotas dos seus clubes.
Tudo no dia 2 de junho. Dia em que se completam 184 anos da Confederação do Equador.
O futebol brasileiro foi tomado por uma aura de santidade nunca vista.
Jamais houve quebra pau entre PM e torcida em Porto Alegre.
Na Batalha dos Aflitos os jogadores do Grêmio não chutaram o árbitro.
A PM de São Pulo não evitou um desastre no jogo Corinthians e River Plate quando os torcedores ameaçaram invadir o campo.
São Januário não presenciou cenas dantescas na partida entre Vasco e Sport.
O Maracanã nunca foi invadido. Nunca teve mortos na quebra de grades de proteção.
Nunca antes na história deste país um estádio assistiu a confusões entre jogadores e polícia.
O Brasil não tem prostitutas.
O Brasil não tem marginais.
O Brasil não tem violência.
O Brasil não tem desigualdade social.
O Brasil é um oásis de felicidade e desenvolvimento na América Latina.
Exceto por uma chaga. Exceto por uma ovelha negra. Exceto por uma pústula:
O Estado de Pernambuco.
O resto do Brasil esqueceu. Pois a amnésia é abundante nesta terra que tudo dá.
Mas Pernambuco não se rende. Nunca se rendeu.
Nem em 1817. Nem em 1824. Nem hoje.
As manobras que tecem nos bastidores do futebol brasileiro são mesquinhas. São injustas.
São fratricidas.
O Estado de Pernambuco é muito maior que as calúnias de Vanderley Luxemburgo, Abel Braga, Bebeto de Freitas e Rubens Lopes.
Muito maior que um jogo de futebol.
Pernambuco é mais que um estado. É um sentimento. Uma saudade.
E o nosso amor por Pernambuco não está à venda.
Não tem preço.
Mesmo nesse tempo de trevas esportivas. Tempos em que cabe recordar os versos de Camões que constavam do jornal Typhis Pernambucano, editado por Frei Caneca: